Com a benção de Buda



Depois da alfândega, bagagem, trem, metro e caminhada, finalmente chegamos ao hotel às 19:00. Mandei algumas mensagens e apaguei.

Mas antes alguns detalhes básicos - No aeroporto me indicaram comprar  cartão SUICA + NEX, que é para o metrô e também o trem que nos leva do aeroporto ao centro de Tokyo. Essa junção não existe mais, então compramos 2 cartões SUICA e carregamos com 5.000 yens cada.

Decidimos por ficar em um região não turística - Kiba. É um hotel com 153 apartamentos minúsculos para os padrões brasileiros (Apa Kiba), mas muito bom em uma região de negócios. Na chegada vimos que tem diversos restaurantes, mas o cansaço não nos deixou descer. 

Para quem já está acostumado a metro é muito tranquilo andar por aqui. E confirmei o que li em todos os blogs sobre o Japão, realmente eles são muito gentis, mesmo não falando quase nada eles ajudam. E é diferente, por exemplo, a nossa mala foi vistoriada e por isso não estava na esteira. Quando fomos pedir informação a pessoa nos levou até uma senhora que poderia nos ajudar, ela poderia ter somente apontado para a direita.

Acordei às 4:00 e estava doida para colocar os pés na rua, mas tinha que esperar a "vida começar" lá fora. Às 7:00 desci para o café da manhã, havia escolhido a opção com café, pois sabia que este hotel tinha o café ocidental, pois o oriental faz um pequeno almoço no café, inclui peixe, arroz, sopa, noodles e por ai vai. Mais ou menos como o café da manhã nordestino que tem carne seca, cuscuz, queijo, enfim, essas coisinhas lights. Quem me conhece sabe da minha paixão pela comida japonesa, e quem disse que eu consegui comer um pãozinho? É ruim! Ouvi uma vez de um japonês que você ganha 45 dias de vida quando experimenta um comida nova e sei que eles gostam muito de vegetais, então, como diz o baiano, "cai matando" na comida japa! Arroz, tofu, peixe, wasabi, linguicinha, omelete e outras coisinhas que não consegui identificar.

Café da manhã japa
Só uma observação sobre experimentar o novo... Eu realmente gosto de ver quando alguém faz isso, pois a comida carrega a cultura de um povo e ao experimentá-la entramos um pouquinho no mundo deles. Já sei o que estão pensando, eu também não comeria escorpião, nem macaco, nem tão pouco cachorro. Mas legumes e peixes... Amei!

Depois de lindos e cheirosos lá fomos nós pegar o "mêtêrô" de Kiba com destino a Tsukiji, o famoso mercado de peixe. Chegamos na estação e vimos um monte de guardinhas próximos à linha do metrô. Em segundos descobrimos o porquê daquilo. Pegamos o horário do rush e os guardinhas estavam ali para ajudar a "acondicionar" melhor as pessoas. Usei uma palavra bonita, mas na verdade era um empurra, empurra para encaixar todo mundo lá dentro. Eu obviamente já queria ir, mas meu marido pediu para esperar. Foram mais de 10 metrôs que passaram exatamente da mesma maneira. E olha que vinha um atrás do outro. A diferença era de segundos. Não acreditam? Olhem a prova! :-)



Claro que depois dessa experiência, só poderemos sair de casa depois das 09:00! Andar de metrô é muito fácil, mas quem quiser facilitar ainda mais a vida, tem um aplicativo chamado - Tokyo Rail Map. Gostei muito, mas lembrem-se que a versão gratuita só funciona com acesso a internet. Eu não consegui conexão no metrô.

No caminho para o mercado de peixe encontramos um templo budista. Adorei! Quando morei em Porto Seguro, aprendi com uma mineira que temos que "pedir licença" para entrar na cidade "dos outros". Ela, no caso, pediu licença a Yemanjá, foi ao mar e pediu licença para morar em Porto Seguro. Achei muito interessante esse ponto de vista e quando encontrei esse templo lembrei logo disso. E assim o fiz, agradeci imensamente a Buda por toda a experiência que irei passar neste país.

Templo budista

Incensário do templo budista
Andando mais um pouquinho chegamos ao maior mercado de peixe do mundo, aqui é que são feitos os famosos leilões de atum, o Mercado de Peixe de Tsukiji. Achava que era uma coisa parecida com o Mercadão de São Paulo, mas não. São várias ruas, vários restaurantes e pasme! Eu não senti nenhum cheiro de peixe, porém estava bem friozinho (devia estar uns 7, 8 graus e sem sol). Lindo de se ver, mas como tinha tomado o meu "pequeno almoço", como dizem os portugueses, não aguentei nem um sushizinho.

Mercado de peixe












Saímos de lá e fomos ver uns eletrônicos na Akihabara, que é um bairro cheio de megas lojas com tudo que podemos imaginar. Mas não é barato. Porém sempre falo da incompetência gentil dos nossos vendedores no Brasil, algumas vezes somos até bem atendidos, porém o vendedor não sabe quase nada sobre o produto. Aqui não, o inglês é completamente "Mim Chita, você Tarzan", porém o vendedor nos deu informações sobre uma máquina de barbear para meu marido e não sossegou até encontrar um adaptador para a tomada do Brasil. E ele já havia me perguntado e eu disse que não se preocupasse, pois a tomada do Brasil era única.

Almoçamos no andar de cima de uma galeria. Para agradar o maridinho, fomos comer o famoso beef Angus. Eu não gostei muito, mas adorei a preocupação com a higiene. Eles colocam uma proteção a boca. Quando eu olhei inicialmente parecia um óculos de segurança, mas depois percebi que era próprio para isso.


Proteção para a boca

Olha a proteção na boca que legal!



Saímos de lá e fomos cumprir a nossa última missão do dia - O Templo Senso-Ji. Pelo que entendi o Senso-Ji está para Tokyo assim como a Igreja do Senhor do Bonfim está para Salvador. Tem muita gente mas ainda assim é um lugar que consegue ser carregado de energia e cheio de rituais. Então vamos lá, fiz todos!

Logo na entrada encontramos uma "parede" com várias gavetinhas, nelas estão guardadas as sortes (ou não) que iremos buscar tirando um palitinho de uma caixinha. É difícil de explicar, mas o passo a passo é assim: Primeiro você pensa no seu pedido, depois balança a caixinha de metal onde estão os palitinhos, depois retira um palitinho e verifica o número correspondente a caixinha. Se a sorte for boa, você leva a sorte com você. Se não, você amarra o infortuno em um local especial.
Faz o pedido e retira a varetinha

Abre a gaveta correspondente

Pega a sua sorte

Se for ruim amarra aqui
Outro ritual é do incensário.  Eu só queria agradecer, então comprei os incensos, agradeci, juntei o meu aos outros e depois fiz com que a fumaça me purificasse. Confesso, que mesmo com o templo lotado de gente, percebi que aquele momento era só meu e me emocionei!






Tá achando que acabou? Não... Ainda tem o da fonte! Pegamos a panelinha, molhamos primeiro a mão esquerda, depois a mão direita, depois molha a boca (adorei isso, realmente o que falamos tem que ser purificado) e depois joga o restinho da água fora.

Tá achando que acabou? Não, ainda tem velas para acender e moedas para jogar enquanto você olha para o altar. Porém confesso que para mim isso já estava de bom tamanho. Comprei o meu japa mala, que seria correspondente ao terço budista e pronto!





Pensem em uma pessoa feliz! É assim que estou me sentindo. Que país fantástico!

Por hoje é só!














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